Há palavras que nos beijam

Ontem, falávamos de livros...

Hoje,vou relembrar Alexandre O `Neill. Lembram-se da célebre máxima "Há mar e mar, há ir e voltar"? Sim, ele também trabalhou em publicidade.

Hoje, quero partilhar dois poemas.O primeiro aprendemos na escola.Será que ainda faz parte dos programas oficiais?

Com este poema, aprendíamos a celebrar a amizade e a sermos amigos de verdade...

Amigo

Mal nos conhecemos

Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo»
é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
«Amigo»
(recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não
o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo»
é a solidão derrotada!
«Amigo»
é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!


O segundo é um dos meus favoritos...

Há palavras que nos beijam

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Para quem não conhece, mas ficou a gostar,pode clicar aqui para ler mais poemas.

Estava eu no Liceu, quando ele partiu,há 22 anos.Querem conhecê-lo melhor?Cliquem aqui.

Boas Leituras!